A Associação de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado de Capitais (ATM) não acredita que haja grande adesão dos accionistas minoritários à proposta da Sonaecom.
"Acreditamos que por parte dos accionistas minoritários não haja grande adesão à oferta, seja pela incerteza [do rácio de troca] seja, essencialmente, porque o preço de mercado já permite essa saída imediata e realizando liquidez (dinheiro sem troca de acções), beneficiando do mesmo prémio implícito na operação", diz ao Económico Octávio Viana, presidente da associação que representa os accionistas minoritários.
A operadora lançou ontem uma OPA parcial e voluntária sobre os 24,16% do capital disperso em bolsa, oferecendo acções da Zon Optimus (a participação directa de 7,2% que tem na operadora) e dinheiro, totalizando 2,45 euros por título.
O responsável tem ainda dúvidas sobre a aprovação pelo regulador da Oferta Pública de Aquisição (OPA) parcial e voluntária que a Sonaecom lançou ontem sobre os 24,16% dispersos em bolsa.
"Temos dúvidas que a proposta seja aprovada pelo regulador nos exactos termos em que foi apresentada, na medida em que compreende um elevado grau de incerteza económico-jurídica quanto às reais condições em que se irá concretizar", afirmou Octávio Viana, presidente da ATM, ao Económico. "O rácio de troca depende do grau de aceitação das ordens, variável, e cujo resultado só será conhecido 'a posteriori'.
A adesão será de quem está "a arbitrar a operação com a compra de acções da Sonaecom e venda da Zon Optimus, que depois entregarão as acções da Sonaecom, recebendo as acções da Zon Optimus a fim de cobrir a venda realizada da arbitragem".
Octávio Viana lembra que a operação será bem-sucedida se a Sonaecom atingir 90% do capital, podendo em seguida lançar uma OPA potestativa sobre o remanescente e retirar a empresa de bolsa.
Por Cátia Simões
in Económico