ATM aguarda pela posição da CMVM na fusão da Zon com a Optimus
A ATM considera que a fusão entre a Zon Multimédia e a Optimus é "um bom negócio". Mas admite que "está preocupada" com a forma como a operação está desenhada. "Tem de se ver se a fusão vem beneficiar determinado accionista em detrimento de outros", alerta Octávio Viana.
É preciso ver se "há uma fusão que é uma OPA encapotada. Se se está apenas a privilegiar um lado sem dar oportunidade aos outros accionistas. A preocupação [da ATM] é apenas esta", afirmou o presidente da ATM ao Negócios.
"A operação tem todo o racional estratégico e económico, mas [feitas nestes moldes] pode prejudicar os accionistas minoritários", remata.
"Uma OPA torna-se obrigatória quando se atinge mais de 33,33%. Quando se atinge mais de 50% já é efectivo, de facto há um controlo da empresa", acrescenta. "Com esta operação, a Zon fica com mais de 50% dos direitos de voto", sublinha.
Neste sentido, a ATM defende que a "derrogação da OPA não cabe aqui". "Tem de ser dada oportunidade aos accionistas remanescentes de abandonarem uma sociedade que passa a ser controlada com mais de 50% dos votos".
Aquando do lançamento da operação, as empresas envolvidas fizeram depender a fusão da aceitação do pedido de derrogação de OPA por parte da CMVM. "Condicionamos a operação a esta derrogação. Só nestas condições", afirmou Ângelo Paupério, CEO da Sonaecom. A justificação assenta no facto de se estar perante uma "situação de co-controlo subsequente à fusão".
"Vamos esperar pelo que a CMVM vai dizer", refere Octávio Viana. "Se a posição da CMVM for censurável, usaremos os mecanismos" necessários para impedir a operação. Poderemos enviar uma carta a administração da Zon pedindo que se abstenha de cumprir a deliberação de fusão, na medida em que não estão protegidos os accionistas remanescentes", sublinha o mesmo responsável.
Por Diogo Cavaleiro